Rosto
18/01/2012 § Deixe um comentário
Imperfeito
18/01/2012 § Deixe um comentário
Podia fazer-te um poema
que nascesse dos meus lábios
dessa pontada no meu seio esquerdo
do meu peito cumulado
Podia fazer-te um poema
que me saísse dos olhos
molhados
quando veem os teus
dessa saudade caduca
que me deu
Podia fazer-te um poema
centelha
que brilhasse feito vela
no breu
Podia fazer-te um poema
exato em tudo
exceto no jeito
na sintaxe estreita
do imperfeito
Podia fazer-te um poema
alado
que logo perdesse as asas
e ganhasse o chão
sujando-se de grão em grão
Podia fazer-te um poema
sangrento
e sair de cena
por um momento
Mas o que posso
é fazer-te um poema
que reza
pede a bênção
e se entrega
inteiro
nas tuas mãos
Pedido
18/01/2012 § Deixe um comentário
da vida
inteira
traz-me o sono
dos justos
o ocaso
dos fusos
o amanhã
do hoje
os nomes
não ditos
os sonhos
interditos
os calores
fugazes
os homens
audazes
as luzes
no porto
o céu
dos planaltos
o som
dos
arautos
o caos
inconcluso
o gesto
difuso
o amor
corpóreo
o odor
etéreo
a dor
efêmera
o gozo
de dois
o silêncio
depois
Inteira
28/05/2010 § 3 Comentários
O que dizer de mim,
a não ser que sou inteira,
que dou inteira minha mão a ti,
inclusive nas horas meias?
O que dizer de mim,
a não ser que sou inteira,
nas insônias, nas incertezas,
carências, carícias, surpresas,
solidões extremas e êxtases?
Sou inteira sim, é o que sou.
da cabeça aos pés,
pelo corpo e alma afora,
adentro
pela noite e no meio do dia.
Gente inteira não esvazia.
Sendo inteira,
sou assim.
Mesmo não cabendo em mim.
Móbile
13/05/2010 § 2 Comentários
Os dias passando
céleres
as horas correndo
móbiles
o teto do quarto oscila
nas luzes inter
mi ten tes
do tempo
Mim
13/05/2010 § 2 Comentários
Quando mergulho no sono
mergulho em mim
e tenho medo
de mergulhar
tanto assim
Às vezes
27/03/2010 § 2 Comentários
Estou
27/03/2010 § 1 comentário
Não
27/03/2010 § 1 comentário
Não sou poeta,
poetisa tampouco.
Meu desejo de ser humana
percute no meu estômago.
Como um soco.